Usarei este espaço como um
pequeno blog para comunicar todas as homenagens
que meu pai, em seu
centenário, receberá e
também publicarei algumas
curiosidades sobre a sua
carreira.
Coloquei na internet o
programa sobre Waldir Calmon
que foi ao ar na webradio
"Let The Music Radio
Brazil", em janeiro de 2020.
Nele, faço um resumo da
carreira de meu pai com
muita, mas muita música, e
falo das dezenas de LPs que
gravou, de seus maiores
sucessos, da boate Arpège,
do sambalanço, da parceria
com Ângela Maria etc... É
para dançar!!! Um abraço!
O pianista e compositor
Waldir Calmon com o cantor e
também compositor Roberto
Carlos, no comecinho dos
anos 70, na extinta casa de
shows Canecão (Botafogo,
RJ). Nesta época, Roberto
fazia, de dois em dois anos,
longas temporadas de fim de ano
no Canecão e meu pai tocava
antes e depois dos shows. Em
uma destas temporadas,
Waldir Calmon tocou
harpstring na banda de
Roberto Carlos.
Clique para ampliar.
Entrevista com o violonista
Baden Powell na revista
Manchete (ed 1402, de
1979). Ele fala que conheceu
Vínicius de Moraes, Tom
Jobim e Ary Barroso na boate
de Waldir Calmon, no Leme -
a Arpège. Nessa
noite, Baden abriu o show do
já famoso Tom Jobim e
Vinícius estava lá para
prestigiar o evento. Sorte a
nossa!
Na primeira foto, detalhe da
entrevista; na segunda, a
página completa e, por fim,
a capa com Rosamaria
Murtinho, Adalgisa Colombo,
Marta Rocha
e Lílian Sônia.
Clique para ampliar.
Três
gravações dos anos 70: as
duas primeiras com Waldir
Calmon e sua orquestra, e a última com a
Banda Idade
Média, do
maestro Cipó. Danza de los
Sabres (Katchaturian) e
Macareña
(B. B. Monterde - Calero)
estão no LP Discotheque
(Copacabana, 1979), de Waldir Calmon, e SWAT
Theme (Barry De Vorzon)
está no compacto simples da
RCA, 1977. O belíssimo solo
de Macareña é do trompetista Hamilton e o
baixo em SWAT Theme é deTranka Oliveira.
Discotheque, de Waldir
Calmon (Copacabana, 1979):
Encerrando as comemorações
do centenário do pianista e
compositor Waldir Calmon, a
webradio Let the Music
Radio Brazil e eu vamos
homenageá-lo com um programa,
falando um pouco de sua
carreira e com MUITA música,
no dia 28/01/2020,
terça-feira, às 22h (reprise
em 02/02/2020, domingo, às
14h). Escolhemos esta data
porque Waldir Calmon faria
101 anos no próximo 30 de
janeiro.
Vocês podem acessar a
Let the Music Radio Brazil
através do app e também
através da Simple Radio,
em www.streema.com .
Matéria na revista O
Mundo Ilustrado, ed 2,
de 9 de janeiro de 1957,
falando do Reveillón nas
melhores boates da então
capital federal, o Rio de
Janeiro. Clique para ampliar.
- foto 1: detalhe da coluna As Noites Vão e os Fatos
Ficam (pág 34),
com pequenas notas sobre a
noite carioca.
- foto 2: detalhe da página
31, com foto rara do
interior da boate Arpège e
Waldir Calmon ao piano.
- foto 3: página 31 inteira,
mostrando a Arpége, a
Sacha's, a Night and Day, o
Club
Leblon e o hotel Glória.
- foto 4: página 30 inteira,
mostrando o Golden Room, do
Copacabana Palace, e a
Drink, de Djalma Ferreira.
Matéria sobre o pianista e
compositor Waldir Calmon e a
sua boate Arpège (Leme,
RJ), na revista
Radiolândia, edição
391, páginas 40 e 41, de
1963. Nas duas primeiras
fotos, detalhes da matéria
para facilitar a leitura. As
outras duas fotos são das
páginas completas e, por
último, a capa, com o cantor
Anísio Silva.
Clique para ampliar.
Finalmente a música de
Waldir Calmon foi
disponibilizada nos serviços
de streaming de aúdio na
internet! Você pode ouvir e/ou
baixá-la em todas as
plataformas digitais (como
Spotify, Deezer, ITunes
e GooglePlay) para
comprar discos inteiros ou
faixas avulsas! Há dez
discos à disposição. As
compilações:
- Grandes Êxitos
- The Beat of Brazil
- Seleção de Ouro - 20
sucessos
- Maringá
- O Lounge Brasileiro de
Waldir Calmon, Moacyr Silva
e Walter Wanderley
O pianista e compositor
Waldir Calmon é um dos
verbetes da EMB (Enciclopédia
da Música Brasileira) -
erudita, folclórica e
popular (Art Editora ltda,
1977).
Clique
nas fotos para ampliar.
Revista Radiolândia,
edição 232, de 13/09/1958,
coluna Aconteceu no
Programa Paulo Gracindo:
o texto fala da participação
de Waldir Calmon e seu
conjunto neste programa de
rádio. Transcrevo abaixo a
matéria, porque as fotos não
estão legíveis. Também há
uma foto de Waldir Calmon e
Paulo Gracindo dezesseis
anos depois, em 1974, no
extinto Canecão (Botafogo,
RJ), quando meu pai tocava
antes e depois dos shows da
casa e Gracindo participou
do magnífico
espetáculo Brasileiro,
Profissão Esperança,
com Clara Nunes (já fiz um
post sobre este assunto).
"Mais uma vez, Waldir Calmon
e seu conjunto estiveram
presentes no PPG (Programa
Paulo Gracindo)
atendendo, assim, inúmeros
pedidos de ouvintes.
Voltarão êles outras vêzes
mais, ainda que isso lhe
cause uma perda de sono,
pois disse o conhecido
pianista das noites cariocas:
- Eu e
o meu pessoal só nos
retiramos da boate
Arpège lá pelas 6 ou 7
horas da manhã e, para que
possamos chegar a tempo ao
PPG, vemo-nos obrigados a
acordar, ao máximo, às 11
horas. Mas isso não importa:
atuar no PPG é um grande
prazer para mim e para os
outros seis elementos do meu
conjunto. Se preciso fôsse,
nem dormiríamos...
Durante a penúltima
apresentação do programa
dominical da E-8, Waldir
Calmon e Seu Conjunto
executaram 4 números
musicais que arrancaram
calorosos aplausos do
público presente:
Malaguenã,Mercado
Persa (em ritmo de
samba), o chorinho
Quitandinha e a linda
guaracha intitulada
Cumaná.E
vale, ao final destas linhas,
salientar o talento da
graciosa 'lady crooner' do
conjunto, a jovem Carla
Barone. Esteve simplesmente
formidável e não foi à tôa
que Paulo Gracindo exclamou
ao fim do programa:
- Esta
menina o Waldir não deixa
sair do conjunto de maneira
alguma! Nem que lhe
ofereceram um contrato igual
ao do Didi ou do Mazzola!..."
- foto 1: detalhe da matéria
- foto
2: página 20 da revista, com
a matéria sobre a ida de
Waldir Calmon ao programa.
- foto
3: capa da edição, com
Emilinha Borba
- foto
4: Waldir Calmon e Paulo
Gracindo em 1974, no extinto
Canecão (Botafogo,
RJ)
Mais uma matéria sobre o
pianista e compositor Waldir
Calmon na Revista do Rádio,
ed 819, de 29 de maio de
1965. A terceira foto mostra
a capa da edição, com a
cantora Ângela Maria e o
apresentador César de
Alencar.
Clique nas fotos para
ampliar.
Reportagem sobre a vida de
Waldir Calmon na Revista
do Rádio, edição 439,
de 8 de fevereiro de 1958 (pags
26 e 27. Clique nas fotos
para ampliar - a terceira é
da capa da edição.
Álbum de figurinhas lançado,
em 1960, pela editora Vecchi
com os atores, cantores e
instrumentistas brasileiros
mais populares nos anos 50.
Cada cromo trazia, na frente,
uma foto colorizada do rosto
de um artista, dupla ou trio
e, no verso, um pequeno
resumo de sua carreira. Além
de Waldir Calmon (figurinha
n° 217), o álbum trazia
Marlene, Emilinha Borba,
Cauby Peixoto, Paulo
Gracindo, Maysa, Chico
Anísio, Chacrinha, Trio Nagô
etc... Na capa, os rostos
desenhados de Nelson
Gonçalves, Ângela Maria e
Morgana. Para ver as fotos
da capa, contracapa e as
outras páginas,
clique
aqui. Quando
abrir a página, basta clicar
na primeira foto para
começar a projeção.
Capa do encarteRevista n°
192, de 30 de março de 2008,
do jornalO
Globo (RJ).
A reportagem de capa fala
sobre os atuais
colecionadores de vinis
antigos e mostra um dos
integrantes da bandaBrasov,
segurando a capa do LPFeito
Para Dançar 11,
de Waldir Calmon (em
destaque). Clique na foto
para ampliar.
Matéria na Revista do
Rádio nº 462, de 19 de
junho de 1958, falando de
algumas boates da zona sul
do Rio de Janeiro - ainda
capital federal - e o custo
de uma noitada. A boate
Arpège, de Waldir
Calmon, está na página 4, em
destaque. Clique para
ampliar.
Como eu disse em outro post,
o sucesso do disco Samba
Alegria do Brasil, na
Austrália – que recebeu o
nome Beat of Brazil
– fez com que o selo World
Record Club lançasse também
o Uma Noite no Arpège 1.
O vinil, batizado de
Midnight in Rio, tinha
o seguinte texto, em inglês,
na contracapa: “Waldir
Calmon, o jovem e brilhante
pianista que fez de sua
boate Arpège a Meca para
todos os amantes da música
dançante latino-americana,
já teve um outro disco seu
lançado pelo selo World
Record – Beat of Brazil,
com ótima vendagem. Agora
seu grande talento pode ser
apreciado neste novo disco,
gravado com o mesmo grupo
que toca na Arpège.
Midnight in Rio
apresenta a essência da
música hipnótica de Calmon,
tal qual é executada em sua
famosa boate. É esta música
exótica e glamorosa da
América do Sul que milhares
de turistas norte-americanos
procuram. É a música que se
toca na Arpége e que tem
assegurado a venda de
milhares de discos de Waldir
Calmon.
Dos acordes cintilantes do
tema de abertura, In The
Still of The Night,
passando pela seleção de
sambas, mambos e choros,
para o final nostálgico, com
AufWiedersehen,
o piano latejante de Calmon,
com seus acordes e arpejos,
é quase sensual em sua
intensidade. O ouvinte
talvez tenha até um
sentimento de alívio quando
encontrar interlúdios
ocasionais, acompanhados
apenas pela bela seção
rítmica.
Um toque incomum, e
digno de nota neste tipo de
disco, é o uso de vozes na
série de sambas que abre o
lado dois. Há uma sutileza –
muito maior do que pode
aparentar para alguns
ouvintes. Pesquisadores da
música dançante
latino-americana acharão
este disco particularmente
interessante por outra razão:
os variados andamentos são
absolutamente autênticos e
revelam como algumas nuances
fazem a verdadeira diferença
entre tipos de danças afins,
como o samba, o mambo e o
choro.”
Clique
aqui para ver as
fotos:
- fotos 1 e 2: capa e
contracapa da edição
australiana - fotos 3 e 4: selos
do disco
Bela
matéria da TV Câmara do RJ
sobre o projeto Circuito
do Rádio do Instituto
FUNJOR, citando os cinco
contemplados desta edição:
irmãs Batista, Waldir Calmon,
Manoel Barcelos, Dalva de
Oliveira e Paulo Monte!
Agradeço à competente e
amável escritora Teresa
Montero pela homenagem a
meu pai e por incluir o
endereço de onde
funcionou a boate
Arpège no roteiro
do projeto O Rio de
Clarice Lispector!
Tranka Oliveira e eu
adoramos ter participado
deste importante resgate
da memória cultural do
Leme!
No dia 18 de setembro de
2019, o Instituto FUNJOR e a
Prefeitura do Rio, através
do IRPH, fizeram a
instalação das cinco placas
da segunda fase do projeto Patrimônio Cultural
Carioca - Circuito Rádio.
Uma delas foi dedicada ao
pianista, compositor e
proprietário da boate
Arpège, Waldir Calmon.
A placa foi colocada onde
funcionou, de 1955 a 1967, a
boate: rua Gustavo Sampaio,
840-A, Leme, RJ. Os outros
agraciados foram o
radialista Manoel Barcellos,
a cantora Dalva de Oliveira,
o apresentador Paulo Monte e
as irmãs Batista.
Clique
aqui para ver uma projeção
de slides com algumas fotos
e, abaixo, um vídeo gravado
pelos filhos de Waldir,
Marcia e Marcus, agradecendo
a homenagem.
No próximo dia 18 de setembro, quarta-feira e a partir das 11 horas, serão
colocadas, no mesmo dia e em sequência, as cinco placas do
projeto PATRIMÔNIO CULTURAL CARIOCA - CIRCUITO DO RÁDIO. A placa de Waldir
Calmon ficará onde funcionou, de 1955 a 1957, a sua boate Arpège (rua
Gustavo Sampaio, 840-A, Leme) e onde hoje existe uma petshop - ele ficaria feliz,
pois amava os animais! Não podemos dar, com precisão, o horário em
que cada uma será
afixada, mas a de Waldir
será provavelmente entre
12h30 e 13h30. Quem
quiser prestigiar
este momento, será muito
bem-vindo! Eu, claro,
estarei lá! Um abraço.
Em 1943, o Hotel
Copacabana Palace
(Copacabana, RJ),
inaugurou a primeira
boate de um Rio que
ainda era capital da
República: a Meia-Noite,
tornando-se logo um
grande sucesso e
sinônimo de sofisticação.
Frequentada por pessoas
da alta sociedade, ricos
empresários e políticos,
em 1948, passou a ser
palco de um programa ao
vivo transmitido pela
Rádio Nacional,
diariamente (exceto às
segundas-feiras), de
23:30 à 00:30 h.
Patrocinado pela também
sofisticada empresa
aérea Panair,
foi batizado Ritmos
da Panair e deu tão
certo que o patrocinador
decidiu investir um
pouco mais em música e
lançar, periodicamente,
discos para distribuir a
seus passageiros
brasileiros ou
estrangeiros. Um destes
vinis foi o LP de Waldir
Calmon, Samba
Alegria do Brasil (Rádio,
1956), que tem o grande
sucesso Na Cadência
do Samba (Que Bonito É),
reeditado em 10
polegadas, ao invés do
formato original em 12
polegadas, e com apenas
oito das dez músicas
gravadas no LP.
Curiosamente, todos os
lançamentos musicais da
Panair tinham a mesma
capa. Talvez por
ajudar a popularizar o
trabalho de Waldir ao
redor do mundo, este
mesmo disco tenha sido
relançado na Austrália,
no formato original de
12 polegadas e com as
dez gravações, mudando
apenas o nome: The Beat
of Brazil.
Clique aqui
para ver uma projeção de
slides com as fotos.
-
foto 1: logo da empresa
aérea Panair
- foto 2: nota sobre a
estreia do programa no
jornal A Noite (21-07-1948)
- foto 3: anúncio do
programa no jornal A
Noite (29-07-1948)
- foto 4: capa do
LP Samba Alegria do
Brasil (Rádio, 1956)
original
- fotos 5 e 6: capa e
contracapa dos discos Ritmos
da Panair
- fotos 7 e 8: selos do
10 polegadas de Waldir
Calmon, relançado pela
Panair
- fotos 9 e 10: capa e
contracapa do vinil
lançado na Austrália
(World Record Club,
1959). A tradução do
texto da contracapa está
abaixo.
- fotos 11 e 12: selos
do The Beat of Brazil
A foto da contracapa não
está muito nítida e não
consegui ler alguns
trechos do texto, mas a
tradução é basicamente:
"Pode
parecer óbvio, mas você
não consegue conhecer a
verdadeira música
latino-americana a não
ser na América Latina.
Muitas bandas em muitos
países tocam samba, cha
cha, etc, mas são apenas
uma pálida imitação do
fascinante original. E
esta é a razão pela qual
este disco foi gravado
no berço do samba, Rio
de Janeiro, pelo mestre
dos líderes de bandas no
Brasil, Waldir Calmon.
Calmon, pianista e líder de
orquestra na famosa boate
carioca Arpège, é a última
sensação das Américas. Sua
batida incisiva, seus
arranjos sedutores e
aveludados, as cores
exóticas que sua orquestra
traz a cada número... tudo
conspira para tornar este
disco uma incrível
experiência sonora.
Waldir Calmon esteve em
todas as manchetes no ano
passado, pois seus discos
vendem milhões. E a seleção
deste LP que a World Record
Club está trazendo para a
Austrália, com o título The
Beat of Brazil, já arrecadou
mais de um terço de milhão
de dólares em suas primeiras
seis semanada de vendas no
somente no Brasil.
Você achará o toque de
Calmon mágico, vibrante,
apaixonante, repleto das
cores quentes dos trópicos,
com um ritmo que não o
deixará sentado. Ouvir este
disco fará você sentir toda
a intensa pulsação da música
latino-americana, o balanço
insinuante dos quadris e o
ritmo contagiante dos
sapatos riscando o salão sob
a lua... Ouça por si mesmo The
Beat of Brazil! É Waldir
Calmon, impecável."
Por causa do sucesso
deste disco, outro LP de
Waldir Calmon foi
relançado na Austrália,
mas isto é assunto para
outro post. Um abraço!
Clique
aqui para ver uma
projeção de slides com
alguns momentos da cerimônia.
O dia para a colocação da
placa na fachada da loja
onde funcionava a boate
Arpège, no Leme (RJ),
ainda será marcado e
divulgarei aqui.
Evento da AMAR - Associação Marlenista - que aconteceu no
Othon Palace Hotel, em Copacabana, no dia 24 de agosto de
2019. O cantor Weber Werneck fez um show-baile com convidados e,
além de Waldir Calmon, Blecaute e Linda Batista, outros artistas,
que muito fizeram (e ainda fazem) pela música, foram
homenageados, como: Marion Duarte, Ellen de Lima, Luciene
Franco, Almir Saint Clair, Luiz César Mendes, Rosa Maria Collyn
e Luiz Henrique. Clique
aqui para ver uma
projeção de slides com as
fotos.
No próximo dia 28 de agosto,
quarta-feira, vou receber a
placa em homenagem meu pai,
o pianista e compositor
Waldir Calmon! Agradeço a
todos que votaram e, quem
quiser, pode comparecer e
prestigiar o evento! Serão
cinco artistas contemplados:
Manoel Barcellos, Dalva de
Oliveira, Waldir Calmon,
Paulo Monte e as irmãs
Batista.
Comunicado oficial da Funjor:
"No próximo dia 28 de agosto,
quarta-feira, às 16 horas,
no Centro Carioca de
Design (Praça
Tiradentes, 48 - em frente à
estação do VLT), o Instituto
FUNJOR, em parceria com a
Prefeitura do Rio, através
do IRPH - Instituto Rio
Patrimônio da Humanidade,
fazem a entrega das 5 placas
da 2ª fase do projeto
Patrimônio Cultural Carioca
- CIRCUITO RÁDIO.
Haverá apresentações,
homenagens e todos poderão
tirar fotos com as placas
antes de serem colocadas nos
locais das homenagens.. O
Instituto FUNJOR agradece
aos associados que se
somaram nesta ação e os
convida para este dia de
encerramento desta fase do
projeto. Entrada
franca."
O evento em homenagem ao
centenário de meu pai, o
pianista e compositor Waldir
Calmon, foi um sucesso e a
casa lotou! Agradeço a todos
que nos prestigiaram
neste momento tão especial!Clique
aquipara ver uma
projeção de slides das fotos.
Abaixo, um vídeo com alguns
momentos doshow.
Aí está o teaser do show-baile
que faremos, no dia três de
agosto, do centenário de
Waldir Calmon. O evento será
no Cariocando (Catete,
RJ), com um show seguido de
um "mini" baile com
gravações de Waldir Calmon e
de seus contemporâneos, como
Djalma Ferreira, Miltinho,
Ruy Rey, Românticos de Cuba,
Xavier Cugat, Ray Conniff,
Sinatra, Nat King Cole...
bem ao estilo dos anos 50 e
começo dos 60! Meu desejo
era
fazer um baile com orquestra,
do jeitinho que ele gostava,
mas infelizmente não foi
possível, então meu irmão, o
DJ e técnico de som Marcus
Calmon, irá comandar as "carrapetas"!
Esperamos você!
SERVIÇO:
- local: Cariocando Bar
- endereço: rua Silveira
Martins, 139, Catete, RJ (ao
lado da estação do metrô
Catete)
- data: 03 de agosto de 2019
- horário: de 18h30 às 22h30
- couvert: R$ 30,00 por
pessoa
-
reservas e venda antecipada:
21 96937 0294 (WhatsApp)
- estacionamento: ao lado
com preço fixo de R$ 15,00
- produção: Marcia Calmon &
Tranka
- edição de vídeo: Marcia
Calmon
- música: Mambo en
España (Ramón Marquez)
na gravação de Waldir Calmon
(Copacabana Discos, 1953)
que foi um grande sucesso.
No
jornalCorreio
da Manhã, de 30 de
setembro de 1956,
Claribalte Passos faz a
crítica do LPFeito
para Dançar 5, em
sua colunaDiscoteca.
Depois do títuloUm
Solista de Categoria
Internacional,
segue-se o texto: “Constitui
objeto de nossa análise
musical, técnica e
artística, o disco
long-play em etiqueta
Rádio (selo vermelho),
de 12 polegadas, n°
0043GV, instrumental em
33 1/3 rpm, prensagem deRádio,
Serviços, Propaganda
Ltda.,de
Petrópolis, Estado do
Rio de Janeiro,
lançamento de 1956.
Trata-se deFeito
para Dançar n°5,
criações do pianista
Waldir Calmon e seu
conjunto. Na face A,
encontramos uma bela
coletânea reunida empot-pourrit.
A saber:Último
Desejo, samba de
Noel Rosa;Molambo,
samba de Jayme Florence
e Augusto Mesquita;Recuerdo
de Ipacaray, de
Demétrio Ortiz e Z de
Mirquin;Perfídia,
de Alberto Domingues;Love
is a Many Splendored
Thing, de Fain e
Webster;Lisboa
Antiga, de Raul
Portela. Não há aqui
divisão em faixas. Na
face B aparecemGuacyra,
de Heckel Tavares;Night
and Day, de Cole
Porter;Risque,
de Ary Barroso;Serra
da Mantiqueira,de
Ary Kerner;Siboney,
de Ernesto Lecuona, e
finalmenteMalagueña,
do mesmo autor. Há, no
primeiro grupo melódico,
uma autêntica mescla de
ritmos: samba, samba-canção,
bolero e fox.Em
Último Desejo,piano
e solovox dividem as
honras do solo
principal, seguindo-seMolamboonde
tem especial destaque o
solista de piano. Depois,Recuerdo
de Ipacaray,
sobressaindo-se a
guitarra elétrica (suave
acompanhamento do
solovox, em fundo) e
piano. EmPerfídia,
Waldir Calmon serve-se,
admiravelmente, de
expressivos acordes de
mão esquerda, bem ao
estilo de Roberto Inglês,
com notas graves.Love
is a Many Splendored
Thing, dá melhor
oportunidade à execução
suave do piano.
Finalmente, em variações
rítmicas entre o fox e o
bolero, termina a face
A, com a páginaLisboa
Antiga. Waldir
Calmon faz alarde, em
todas as faixas, de
extremado virtuosismo e
uma notável agilidade
digital, principalmente
na mão direita. Já nesta
altura, temos a
definição do talento do
artista, na plenitude de
sua forma técnica. O
desempenho do pianista
é, realmente, soberbo,
vasado como esteve, na
intensidade da expressão
e no matiz suave das
sonoridades. Premia-o
ouvindo ritmo, a par de
inimitável burilamento
dos desenhos sonoros.
Por outro lado, é digno
de louvores o bom gôsto
do repertório e a
singeleza conforme é
vestida, através de
diferentes arranjos,
cada uma destas
composições. Na face B,
de idêntica maneira,
deparamos com a
variedade de ritmo e a
utilização oportuna do
pianista de execuções
primorosas sob aspectos
estilísticos sempre
diferentes quer no plano
artístico, quer técnico.
Assim, o samba-batucada
essencialmente
brasileiro aparece na
conhecida e tradicional
páginaGuacyra,
iniciando-se a execução
com o relevo especial do
ritmo, seguindo-se as
intervenções felizes de
guitarra, piano e
solovox. Depois, com a
melodiaNight
and Day, temos
oportunidade de aplaudir
a transplantação do
ritmo de fox para
bolero, e vice-versa,
além da bela marcação
feita por Waldir, ao
piano, valendo-se do
estilo de Maurice Ravel.
Também a guitarra
aparece eficientemente.Risque,
de Ary Barroso,
apresenta o belo dueto
de celeste e piano. E,
após,Serra
da Mantiqueiraoferece-nos
brilhante execução de
Waldir ao solovox,
reafirmando sua grande
classe de solista
instrumental. As duas
últimas melodias,SiboneyeMalagueña,
também, justificam
nossos sinceros
encômios.Feito para
Dançar n° 5agradará,
sem dúvida, os mais
exigentes dançarinos e
amantes do gênero.
Nossas felicitações à
etiquetaRádiopela
eficiência técnica e
artística das doze
gravações assim como
pelo zêlo com o material
de fabricação do disco
isento de chiado. –
C.P.”
- foto acima: capa e
contracapa
do LPFeito
para Dançar 5
- foto abaixo: matéria no
jornalCorreio
da Manhã(30-09-1956).
Clique na foto para
ampliar.
Foto maravilhosa de
Waldir Calmon, publicada
na revistaFon
Fon,em
19 de dezembro de 1940.
A legenda diz: “Waldyr
Calmon é um dos bons
pianistas do
broadcasting carioca.
Fez, há tempos, uma
excellente dupla com
Djalma Ferreira, outro
pianista de valor.”
Uma raridade este vídeo
com imagens da boateDrink!
Nele, podemos ver o
proprietário daDrink, Djalma
Ferreira (órgão),
tocando com seu conjuntoMilionários
do Ritmo: Ed Lincoln
(piano), Waltel Blanco (baixo),
Hugo (bateria) e
Miltinho (voz). A música
é o sambalanço, de
grande sucesso,Lamento(Djalma
- Luiz Antônio).
Djalma Ferreira, tal
qual Waldir Calmon, foi
o proprietário de uma
das boates mais
importantes da vida
noturna carioca nos anos
50 e começo
dos 60 e um dos músicos
de maior destaque, no
período, no Brasil. A
trajetória de ambos é
semelhante, pois tiveram
seu próprio selo, sua
própria produtora, suas
próprias boates,
gravaram e venderam
muitos discos e ajudaram
a popularizar o solovox
e o órgão Hammond no
país. Em 1963, Djalma
vendeu a boate para a
família de Cauby Peixoto
e mudou-se,
definitivamente, para os
EUA. No show-baile do
próximo dia 3 agosto (sábado),
Djalma e seusMilionários
do Ritmotambém
serão homenageados!
A boate Arpège, no
Leme, foi um grande sucesso:
havia filas de espera na
porta e Waldir Calmon
mandava colocar mesas do
lado de fora para que todos
pudessem esperar com
conforto. Em seu palco,
várias atrações se revezavam,
com artistas como Ary
Barroso, João Gilberto e Tom
Jobim - além, é claro, da
atração principal: o
proprietário e pianista
Waldir Calmon! Quem quisesse
curtir uma excelente música
para dançar, tinha de ir à
Drink ou à
Arpège e, até o começo
dos anos 60, foi assim.
Clique nas fotos para
ampliar.
- foto 1: Nota no jornal
Diário da Noite
(17/10/1956)
- foto 2: matéria no jornal
Correio da Manhã
(23/12/1956)
- foto 3: Logo da Arpège
- foto
4: matéria naRevista
do Rádio(1960),
falando dos "donos da noite"
no Rio de Janeiro. Da
esquerda para a direita:
Waldir Calmon (pianista e
proprietário da boateArpège);
Djalma Ferreira (pianista e
proprietário da boate Drink),
e Carlos Machado, produtor,
criador e diretor de
diversos espetáculos
musicais em boates, comoCasablanca,
Monte Carlo, Night and DayeFred's.
No começo dos anos 60,
Djalma Ferreira mudou-se
para os EUA e vendeu a boate
para Cauby Peixoto e sua
família.
Em 1952, Waldir Calmon
começou a apresentar o
programa semanal Ritmos
S. Simonpela TV Tupi
e, posteriormente, pela TV
Rio. O programa permanceu
dez anos no ar e transformou-se
em um disco-brinde que o
patrocinador, as lojas de
lustres de cristal S. Simon,
oferecia a seus clientes. O
prefixo do programa era a
guaracha Cumaná (Haroldo
Spina/Barclay Allen/
Hillmann) - que, não por
coincidência, abria e
fechava o LPRitmos S.
Simon.
- foto 1: Capa do LP
Ritmos S. Simon
- foto 2: Nota do jornal
Diário da Noite, de
08/10/1954, elogiando o
programa e Waldir Calmon.
- foto 3: Matéria do jornal
Diário da Noite, de
1956, falando dos escolhidos
para a entrega do prêmio
Revista Show TVaos
melhores da televisão, no
ano de 1956. Waldir Calmon
ganhou como "Instrumentista"
e o programa Ritmos S.
Simonfoi classificado
e concorreu com outros oito
em sua categoria.
- foto 4: Anúncio da loja S.
Simon na Revista do
Rádio, de 25/12/1954.
Clique
aquipara ver uma
projeção de slides com as
fotos.
Três
notas de jornal sobre o
sucesso dos vinis de Waldir
Calmon:
- foto
1: O jornal Correio da
Manhã (16/08/1953) fala
do grande êxito do 78 rpm
que tinha Cao Cao
Manipicao (Carbô
Menendez), do lado B, e
Mambo en España (Ramon
Marques), do lado A. Graças
ao enorme sucesso, Waldir
Calmon gravou mais dois 78
rpm pela Copacabana Discos e
uma das gravações fez parte
da trilha da chanchada É
Pra Casar (Luiz de
Barros, 1953) - filme do
qual Calmon participou.
- foto 2: O jornal
Imprensa Popular
(28/04/1957) fala sobre o
sucesso que os LPs de Waldir
Calmon, gravados pelaRádio, estavam
alcançando. Em tempo: este
selo não lançava 78 rpm,
somente 10 e 12 polegadas.
- foto 3: O jornal
Diário da Noite
(24/07/1957) publica um
anúncio, convidando para uma
tarde de autógrafos no
Rei da Voz (Centro, RJ)
e cita a incrível vendagem
dos 100.000 discos da série
Feito para Dançar.
Waldir Calmon foi o primeiro
artista popular a atingir
esta marca no Brasil.
Waldir
Calmon gravou cerca de 130
títulos - entre LPs,
compactos, regravações etc.
Em 1957, por exemplo, chegou
a gravar SETE LPs! A saber: Feito
para Dançar 6, 7 e 8, Chá
Dançante 2 e 3,
Uma Noite no Arpège 2eMambos
2. Sua contribuição para
o desenvolvimento do mercado
fonográfico brasileiro.
- Foi o primeiro músico a
gravar um long-play de dez
polegadas na América do Sul
com o vinil Ritmos
Melódicos (Rádio,
1952). Capa do vinil na foto
1.
- Lançou o primeiro disco
popular de 12 polegadas no
Brasil (série Feito
para Dançar). Veja a
capa do número 12, mostrando
todos os outros LPs da série
(foto 2)
- Lançou, também pela Rádio,
o primeiro disco estéreo
genuinamente nacional,
conforme matéria do jornal JB -
coluna Discos
Populares, de Mauricio
Quádrio, em 29/11/1958 (foto
3).
- Foi o primeiro artista a
conseguir uma tiragem de
100.000 discos em território
nacional (também com a série Feito
para Dançar).
- Criou o disco para dança,
sem intervalos entre as
faixas, reproduzindo o som
das boates da época.
A foto 4 mostra uma matéria
do jornal Correio
da Manhã (14/04/57),
falando de mais um
lançamento de Waldir Calmon.
A foto 5 mostra uma lista
dos discos mais vendidos
(LPs e 78 rotações) em 1956.
Infelizmente, não sei a data
e nem o jornal que publicou.
Repare que há três LPs de
meu pai, simultaneamente, na
parada: em primeiro,
terceiro e sétimo lugares. Clique
aqui para ver uma projeção
de slides com as fotos.
Desejamos um feliz dia das
Mães! Na foto, Waldir e seus
irmãos com sua mãe, dona
Helena. No sentido horário:
Wilman, o caçula Wagner,
dona Helena, Walkiria e o
primogênito Waldir. Clique
na foto para ampliar.
Com Paulo Gracindo, em 1974,
durante a temporada do
espetáculo Brasileiro
Profissão Esperança, no
extinto Canecão (Botafogo,
RJ), onde Waldir trabalhou
de 1969 a 1977.
Com texto de Paulo Pontes e
baseado na música de Antônio
Maria (1921-1964) e Dolores
Duran (1930-1959),
Brasileiro Profissão
Esperançafoi um dos
mais bem-sucedidos musicais
produzidos no Brasil:
estreou em 12 de setembro de
1974, no Canecão, e
permaneceu oito meses em
cartaz comcasa
lotada e batendo recordes de
público. Esta montagem,
dirigida por Bibi Ferreira e
estrelada por Clara Nunes e
Paulo Gracindo, também foi
um grande sucesso de crítica.
Mário Lago, por exemplo, se
emocionou tanto com o show
que chegou a passar mal e
disse ser "o mais
inteligente e maravilhoso
espetáculo que Paulo Pontes
já montou e talvez um dos
melhores montados neste país”.
Segundo Chico Buarque, foi
“um trabalho
inteligentíssimo de Paulo
Pontes. Não é preciso dizer
nada: é maravilhoso”.
Na segunda foto, capa do LP
gravado ao vivo. Clique para
ampliar.
Em 1970, meu pai gravou um
disco um pouco diferente do
que estava habituado – ele
possuía faixas dançantes,
mas também algumas que
pareciam inspiradas em
trilhas de filmes:
Waldir Calmon e seus
Multisons. Em 1982, após
sua morte, este mesmo vinil
foi relançado pelo selo
Beverly
Este disco se tornou famoso internacionalmente após a faixa
Airport Love Theme
(Paul Francis Webstef -
Alfred Newman)
ter sido usada como base
para um rap de muito sucesso,
em 2004, despertando a
atenção de DJs do mundo
inteiro. A música que
sampleou a gravação de
Waldir Calmon chama-se
Curls e está no álbum de
estreia
Madvillainy
-
da dupla
Madvillain,
formada pelo MC MF
Doom
e pelo produtor Madlib.
Vários críticos consideraram
o disco como um dos melhores
do gênero. Martin Boev, por
exemplo, escreveu em seu
blog
In Search of Media que
Waldir Calmon “com
sons de órgão e riffs sutis
de guitarra ao fundo, dá uma
vibração sinistra que iria
caber perfeitamente em um
filme de James Bond. Esse
sentimento é capturado na
faixa
Curls, de Madvillain,
perfeitamente (...). Um dos
claros destaques do maior
disco underground de hip-hop
da história.”
Outros raps surgiram da mesma gravação de Airport Love Theme, como
SlyCriminality, por
Kamanchi Sly (2017), e
Lirica Sean P, por
Saggaz & Yellow (2017). Do mesmo LP, as
músicas
Afro Son (Waldir Calmon)
e
Zorra (Waltel Branco)
também têm despertado a
atenção de rappers de
diversas partes do mundo,
mostrando a versatilidade e
a atemporalidade do trabalho
de Waldir Calmon.
Belíssima homenagem do grupo/blog Meu
Leme Rio de Janeiroao
pianista e compositor Waldir
Calmon! Em 2019, meu pai
completaria 100 anos e nosso
querido bairro Leme completa
125 na próxima sexta-feira!
Este link é do blog Meu
Leme Rio de Janeiro,
onde há um ótimo texto e um
vídeo que gravei
especialmente para a data! O
texto do post, no Facebook,
é:
"A Gustavo Sampaio, 840,
no Leme, brilhou com a
boate Arpège. Ela foi
uma das boates mais
famosas do Rio de
Janeiro, e ficava aqui
no Leme. O criador foi
Waldir Calmon, que fez a
música do Canal 100. E,
no ano que o Leme faz
125 anos, a Prefeitura
do Rio gostaria de
homenagear Waldir Calmon,
com uma placa
comemorativa na fachada
da loja 840, onde em
breve vai funcionar uma
Pet Shop.
Nesse post
especial, Marcia Calmon,
filha de Waldir Calmon,
felicitou o Leme pelo
aniversário."
Link para o post
sobre Waldir Calmon,
a boate Arpège e
o Leme no blog:
- fotos
1 e 2: Praia do Leme
- foto
3: placa da rua Gustavo
Sampaio
- foto
4:
Forte
Duque de Caxias ou,
simplesmente, Forte
do Leme -
foto
5: estátua da escritora
Clarice Lispector - célebre
moradora do bairro do Leme
Em 30 de abril de 1946, o
então presidente do Brasil,
Eurico Gaspar Dutra, assinou
um decreto que proibia os
jogos de azar no país e,
consequentemente, os
cassinos. Milhares de
pessoas perderam o emprego e
as casas noturnas tiveram de
se adaptar a uma nova
realidade. O jogo bancava os
shows luxuosos - em salões
enormes, com orquestras
numerosas e muitas vedetes –
e, sem ele, já não era mais
possível seguir com o mesmo
padrão. Casas menores, com
um número
reduzidos de músicos e sem
"show girls" começaram a
surgir. O estilo de cantar
também mudou para ficar mais
condizente com o novo espaço:
as grandes vozes cederam
lugar às interpretações mais
intimistas. Um novo tipo de
casa noturna surgia – a
boate.
Em 1946, foi inaugurada uma
das mais famosas boates
brasileiras: a Vogue, na
avenida Princesa Isabel,
limite entre Leme e
Copacabana, no Rio de
Janeiro. No mesmo ano,
surgia a Night and Day, no
Hotel Serrador (Centro, RJ).
Outras foram surgindo e
tornando-se ponto de
encontro de empresários
brasileiros e estrangeiros,
celebridades e políticos
influentes. Vale lembrar que
o Rio de Janeiro era a
capital da República e o
Brasil saiu da Segunda
Grande Guerra com um belo
superávit, e a Europa,
devastada, tentava se
reerguer dos escombros.
Articulações políticas e
negócios eram feitos à noite,
dentro destas boates. A
noite do Rio fervilhava!
Talvez pela presença da
Vogue, outras boates
surgiram na região. As mais
badaladas foram a Sacha’s
(do pianista turco Sacha
Rubin), a Fred’s, a
Drink
(do pianista Djalma Ferreira
e, posteriormente, da
família de Cauby Peixoto) e
a Arpège (do pianista Waldir
Calmon). Uma época de ouro,
com filas de espera na porta,
que durou até a metade dos
anos 60 – quando a mudança
da capital para Brasília
começou a mostrar seus
efeitos na noite carioca.
Clique nas fotos para
ampliar.
- fotos 1 e 2: interior da
boate Vogue -
foto 3: Linda Batista e
Jorge Goulart cantando na
boate Vogue -
foto 4: interior da boate
Sacha’s -
fotos 5 e 6: capas de discos
do pianista Sacha Rubin -
foto 7: capa do disco da
boate Drink,
reproduzindo a porta de
entrada da casa -
foto 8: entrada da
Drink - foto 9: o pianista Djalma
Ferreira, primeiro dono da Drink. -
foto 10: entrada da boate
Arpège -
foto 11: capa do disco
Uma Noite na Arpège,
com um desenho da boate - foto 12: interior da
Arpège -
foto 13: anúncio de jornal,
divulgando a inauguração da
Arpège -
foto 14: nota no jornal
Correio da Manhã sobre
o sucesso da Arpège
(23-12-1956) -
foto 15: nota
sobre Os melhores da
Semana, no jornal Diário da Noite
(17-10-1956), falando de
Waldir Calmon e a Arpège.
Agradeço, do fundo do
coração, a todos que votaram
em meu pai, o pianista e
compositor Waldir Calmon! É
uma homenagem muito bonita
que lhe prestaremos em seu
centenário! Um muito
obrigada especial para Julio
Abreu, Fernando Pereira e a meus
queridos amigos
Marlenistas Ciro Gallo,
José Ramalho e Fernanda
Dornelles!
Clique na foto para ampliar.
A Rádio Serviços e
Propagandafoi uma
produtora totalmente
dedicada, como o nome já
dizia, ao maior veículo
de comunicação de massa
até os anos 60: o rádio.
A empresa prestava
serviços às emissoras,
mas também atendia no
varejo, gravando
discursos, declamações,
audições de alunos de
canto etc... Como
produtora, gravava
jingles, entrevistas,
reportagens externas,
alugava equipamentos de
som para comícios, fazia
pesquisa de mercado,
campanhas publicitárias
no rádio, elaborava
scripts de programas,
novelas etc...
No
final dos anos 1940, a Rádio
Serviços e Propaganda Ltda
contratou Waldir Calmon e
seu conjunto para uma série
de apresentações transmitida,
em cadeia nacional, pelas
Emissoras Associadas (no Rio
de Janeiro, pela rádio Tamoio), tornando-o famoso
em todo Brasil. O programa,
produzido por Antônio Maria
e apresentado por Luís
Jatobá, chamava-se Balcão de
Melodias e ia ao ar às
terças e quintas-feiras,
21:15h, com o patrocínio do
Colírio Moura Brasil. O
Balcão deMelodias fez tanto
sucesso que a Rádio Serviços
montou um estúdio para
gravação de discos
profissionais e comprou uma
fábrica para a prensagem dos
vinis, em Petrópolis, RJ.
Nascia então o selo Rádio
com o dez polegadas Ritmos
Melódicos - que possuía oito
das músicas mais solicitadas
no programa. Waldir entrava
para a história fonográfica
como o primeiro artista a
gravar um long-play de dez
polegadas na América do Sul
(Rádio, 1952).
Em tempo: o jingle
do colírio Moura Brasil, "duas
gotas, dois minutos, dois
olhos claros e bonitos", do
rei dos jingles Miguel
Gustavo, também foi gravado
por Waldir Calmon. Nas fotos
(clique para ampliar):
1 - O mítico locutor Luiz
Jatobá
2 - Capa do vinil Ritmos
Melódicos 1 (Rádio,
1952)
3 - Contracapa
4 - Selos do vinil
Ritmos Melódicos 3, com
a logo da Rádio
5 - Anúncio da Rádio
Serviços e Propaganda na Revista do Rádio (pág
44, n° 17, julho de 1949)
Esta matéria do jornal Última Hora
(31/08/1957) fala, de
maneira muito bem humorada,
da saga pela qual passou o
primeiro órgão Hammond
que apareceu no Rio de
Janeiro (então capital da
República). O instrumento
acabou na boate Arpége,
de Waldir Calmon, e tempos
depois meu pai trocou o
piano definitivamente por
ele. O Maurício Lanthos,
citado na matéria, era sócio
de Waldir Calmon na Arpége. Clique na foto
para ampliar.
Matéria do jornal carioca
A Manhã, de oito de
julho de 1945, falando das
apresentações de Waldir
Calmon e seu Gentlemen
da Melodia no Cassino
Atlântico. Alguns meses
depois, em trinta de abril
de 1946, o então presidente
da República, Eurico Gaspar
Dutra, proibiria o jogo no
Brasil, acabando com todos
os cassinos do país.Clique
na foto para ampliar.
Quando eu era criança,
gostava muito de dançar e
dançava em qualquer lugar.
Talvez por esta razão, meu
pai tenha batizado esta
música bem animada de
Tema de Márcia
(Waldir Calmon)! O áudio tem
alguns problemas, por causa
do estado do vinil, mas dá
para ouvir.
Nota,
no jornal Correio da Manhã
(20-12-1956), sobre a
aquisição do piano
Steinway por Waldir
Calmon. O piano, que reinou
absoluto na boate Arpège,
pertenceu à filha do ex-presidente
da República, Eurico Gaspar
Dutra. Clique para ampliar.
No dia três de agosto,
faremos uma homenagem ao
centenário de meu pai no
Cariocando (Catete,
RJ): teremos um show com
convidados e, quando acabar,
um "mini" baile com
gravações de Waldir Calmon e
de seus contemporâneos "bons
de baile", como Djalma
Ferreira, Miltinho, Ruy Rey,
Românticos de Cuba, Xavier
Cugat, Ray Conniff, Sinatra,
Nat King Cole... bem ao
estilo dos anos 50 e começo
dos 60! Quem comandará as
carrapetas será meu irmão, o
DJ e técnico de som Marcus
Calmon. Meu desejo era fazer
um baile com orquestra, do
jeitinho que ele gostava,
mas infelizmente não será
possível. A seguir, o
serviço do show. As reservas
e vendas antecipadas só
estarão disponíveis em data
mais próxima do evento.
Esperamos você!
SERVIÇO:
- local: Cariocando Bar
- endereço: rua Silveira
Martins, 139, Catete, RJ (ao
lado da estação do metrô
Catete)
- data: 03 de agosto de 2019
- horário: de 18h30 às 22h30
- couvert: R$ 30,00 por
pessoa
-
reservas e venda antecipada:
21 96937 0294 (Whats App)
- estacionamento: ao lado e
com preço fixo de R$ 15,00
Waldir Calmon está
concorrendo a uma placa pelo
projeto Patrimônio
Cultural Carioca - Circuito
do Rádio,oferecida
pelo Instituto Funjor. Só
serão homenageadas pessoas
já falecidas, emissoras,
empresas ou locais que
tenham sua história de
alguma forma ligada ao rádio.
Cada voto equivale a uma
doação de dez reais e você
pode votar quantas vezes
quiser: basta fazer o
depósito na conta da Funjor
e enviar uma foto do recibo,
por email, com o nome
do artista votado. A final
será em março. NoFacebookou no
sitewww.funjor.org.br,
você acompanha a apuração e
todas as novidades. O meu
desejo é colocar a placa no
lugar onde antes funcionava
a boate Arpége, no
Leme, RJ.
Banco ITAÚ - agência: 0706
- conta corrente:
04730-5 (A.A.A.A.
Instituto FUNJOR)
- CNPJ:
18.741.152/0001-00
- email:
funjortv@gmail.com
Fiz um pequeno vídeo para
divulgar o concurso e usei,
como música de fundo,
Na cadência do samba (Que
bonito é), de Luiz
Bandeira, na interpretação
de Waldir Calmon e sua
orquestra. Esta gravação faz
parte do lp Samba,
alegria do Brasil
(Copacabana Discos, 1958).